Fuck them

Apeteceu-me.
Se este espaço não servir para vir até aqui dar uns gritos e uns coices de vez em quando, então, what’s the point?
A minha chefe vai entrar dentro de muito pouco tempo de licença de maternidade e teoricamente irá transferir para mim uma pequena parte das suas funções.
Mas ainda não me deu grandes instruções de como fazer isto, apesar de já lhe ter pedido há cerca de 2 meses.
São as férias, é este trabalho para acabar e mais este para começar…
O facto de as nossas salas de trabalho distarem 30 km uma da outra não ajuda em nada.
Quando eu lá vou, ela não tem tempo, e quando ela cá vem, muito menos.
Ontem deu-se uma cena caricata em que mais uma vez lhe pedi instruções e ela falou durante 10 minutos seguidos, de pé à entrada da minha sala, e em que o discurso era mais ou menos assim: “Este assunto depois eu digo-te. Este não vais ter de te preocupar porque eu vou tratar disto em casa. Este aqui depois eu digo-te.”
Qualquer mulher que já tenha estado de licença de maternidade lhe poderia dizer que enquanto estiver em casa não fará nada do que agora julga.
Mas qualquer mulher que nunca tenha estado de licença de maternidade acharia esse aviso um exagero.
Por isso calei-me.
Para terminar a conversa em beleza, informou-me (sim, informou-me) que deverei escolher um dia por semana para ir para o seu local de trabalho (em vez do meu habitual), para estar mais contactável pela Super-Chefia.
Mais, enquanto ela estiver fora, terei de tratar alguns assuntos com a múmia, que afinal continua tão embalsamada quanto no início.
Apesar de uma colega minha ter ido almoçar com ela no outro dia e ter comentado que ela teve um comportamento aparentemente normal.
Talvez o problema seja só com as pessoas que trabalham na minha sala… ou só comigo.
Não sei.
Só sei que entrei numa onda Alberto-João e só me apetece dizer “Fuck them”.