2006-12-21

Bem-vindo, Inverno!


The Garden of the Tuileries on a Winter Afternoon de Camille Pissarro

Todos os anos, quando chega o Inverno, sinto sempre uma certa saudade do Verão, do calor, das cores, dos tecidos leves e das brisas frescas, do cheiro a maresia e a fruta madura.
O Verão parece-me sempre muito curto, deixando a sensação "ainda-agora-começou".
E o Inverno parece-me sempre muito longo.
Mas este ano foi diferente.
O Verão começou em Maio, quando veio o calor e as minhas primeiras férias, e só terminou em Setembro.
Durou, rendeu e soube muito bem.
Mas, ao mesmo tempo, isso faz com que me saiba também muito bem este início de Inverno.
Como o Verão me encheu as medidas, despedi-me dele sem saudade.
E recebi o Inverno como uma lufada de ar fresco (e bem fresquinho que tem sido...).
Com o frio, as cores pálidas, as camisolas grossas e fofinhas, as refeições com enchidos e castanhas assadas, o cheiro a chá e a doces com canela.

Afinal, o Inverno até sabe bem...
E não tarda nada, o Verão está de volta.

2006-12-19

Música na horta



Há algum tempo, travei conhecimento com o conceito "Música Vegetal".
A música vegetal, por muito extraordinário que possa parecer, toca-se com vegetais.

Abóboras, principalmente.
Isto, segundo a descrição do autor do conceito e do primeiro CD do género, Américo Rodrigues (tinha de ser um tuga para se por a brincar com os legumes em vez de trabalhar na horta).
Claro que fiquei bastante curiosa de ouvir o som do pecíolo da aboboreira.
Quem não ficaria?
No entanto, a minha curiosidade depressa se transformou em desilusão.
A música soou-me muito pouco a pecíolos de aboboreira e muito a sons electrónicos.
É claro que eu nunca tinha ouvido um pecíolo antes e podem sempre colocar a questão "Como é que sabes que o que ouviste não era o som dos pecíolos?".
Mas já ouvi sons electrónicos.
E eu até posso ser uma rapariga da cidade mas uma coisa eu sei: as abóboras não são electrónicas.