2009-05-29

Música chiclete

Há músicas que não nos saem da cabeça.
Como chiclete agarrado ao cabelo.
Colam-se e só a muito custo as conseguimos tirar.
Hoje estou com esta música agarrada a mim.
Já a ouvi algumas vezes, enquanto danço com os pés escondidos debaixo da secretária.
A primeira vez que a ouvi, aconteceu-me logo isto.
Talvez por ter acontecido no final de um grande filme.

Vamos ouvir? Força nisso, Gatinhas!

2009-05-21

Em cheio

Não foi quando a Rabiguita nasceu.
Não foi quando ela começou a distinguir-me dos demais.
Não foi sequer quando ela começou a chamar-me “mamã”.
O momento em que a maternidade me acertou em cheio na cara foi quando uma miúda de 7 anos perguntou à Rabiguita “Posso vir brincar contigo e com a tua mãe?”.
Aquele “a tua mãe” é comigo.
Sou eu.
Eu no papel de mãe de alguém.
Quase fiquei esmagada pela responsabilidade.
Mas num segundo recuperei e fui brincar com a Rabiguita e com a miúda de 7 anos.

2009-05-20

Pequeno apontamento

sobre as quotas para mulheres na política.
















E um recado aos nossos "representantes":
A mim não interessa que sejas gajo ou gaja.
A mim interessa que sejas competente e sério.
Criar quotas para isso é que dava jeito.
Mas identificar a seriedade e competência de alguém é muito mais difícil do que identificar o que tem no meio das pernas, não é?

2009-05-12

Um cheirinho a lavanda

A minha colega pediu ao departamento de Compras um novo detergente de limpeza.
Convém referir que nas Compras todos os funcionários são homens.
Hoje vieram entregar o novo detergente.
Ao ver a embalagem, a minha colega reclamou:

- Oh, não foi este que eu pedi...
- Não? Então não era esta marca?
- Era essa marca mas não era esse cheiro.
- O cheiro? – diz ele, arregalando os olhos – Ai, valha-me Deus…
- Sim, eu pedi Lavanda.
- Mas este não lava na mesma?
- Sim, mas tem um cheiro diferente. E o Lavanda cheira melhor.
- Ai, valha-me Deus…
Ele volta a sair.
Na mão leva a embalagem rejeitada.
Debaixo do braço leva a certeza de que jamais entenderá as mulheres.

Mexe-te, pá!

Este fim de semana levei a Rabiguita a uma Quinta/Parque/Zoo.
A tarde estava solarenga e a hora era de sesta.
Grande parte dos animais estava em estado letárgico.
E para uma criança de 1 ano, ou mexe, ou não é bicho.
O conceito, no fundo, é simples.
“Rabiguita, um hipopótamo!” – disse eu com algum entusiasmo.
Os seus olhitos percorreram a paisagem sem encontrar um sítio onde parar.
“Aqui encostado à vedação. Para ti, parece apenas um calhau grande e molhado mas acredita no que a mamã diz. Isto É um hipopótamo.”
Ela continuava espantada a olhar para mim.
É difícil acreditarmos no que nos dizem quando o que vemos é bem diferente.
Seja qual for a nossa idade.

O hipopótamo não estava suficientemente perto para eu o espicaçar com um pau.
Fomos ver os macacos.

2009-05-11

Dia de quê?

Não sei se têm reparado que ultimamente quase todos os dias são Dia de Alguma Coisa.
Dia da Terra, Dia da Dança, Dia da Saúde, Dia da Voz, até o Dia da Internet Segura...
Ouvi de manhã na rádio que hoje é o Dia das Mulheres Não Dizerem Palavrões.
A única coisa que me ocorreu foi:
"Foda-se! Que puta de discriminação!"
Paguem-nos menos por trabalho idêntico. Vetem-nos o acesso a determinados cargos.
Tratem-nos como incapazes mas dependam de nós para fazer tudo em casa.
Mas não nos privem do gostinho de dizer umas caralhadas de vez em quando.

2009-05-07

Rabiguita

Existe uma nova personagem no mundo do Rabinho de Fora.
A Rabiguita tem 1 ano de idade, é do mais fofo que há e mudou a minha vida para sempre.
A verdade é que a minha ideia original era mantê-la longe deste mundo.
Este é o meu blog, para os meus escapes, as minhas deambulações.
E quem não me conhece não precisa de saber que agora sou mãe.
E quem me conhece, pode passar ao lado desse facto.
Mas depois apercebi-me que ao querer não expor este meu novo lado, estaria a excluir uma parte muito (a mais?) importante da minha vida.
Seria como tentar não revelar com os meus textos que sou mulher ou que sou trabalhadora…
E depois escrevia sobre o quê? O tempo? (hoje não está grande coisa)

Eis a Rabiguita.
Ainda é muito nova para ter uma cabra como a mãe.
Para já, tem um coelhinho. Que já vai pondo o rabito de fora de vez em quando.



2009-05-06

Pergunta do dia

Pergunta: Como é que um blog que se manteve inactivo durante 20 meses, conseguiu manter este nível de visitas considerável?


Nos últimos 12 meses, a média de visitas foi 274 por mês, 9 por dia.
Não muito diferente de quando eu mantinha o blog activo.


Resposta: Porque tive um momento de elevada inspiração quando atribui o nome ao blog. A quantidade de gente que procura rabinhos de fora...

2009-05-05

Reanimação

Durante uns tempos este blog ficou parado.
Andei em outras andanças, dedicada a outras actividades…
Abandonei os blogs: deixei de acompanhar os que costumava ler e parei de escrever.
Nestes últimos dias, no entanto, tenho vindo a reactivar a minha actividade blogueira.
Descobri que alguns blogs que costumava ler foram encerrados.
E que outros deixaram de me parecer (tão) interessantes.
Voltei a saltitar de blog em blog em busca de algo que retenha a minha atenção.
E hoje apeteceu-me escrever qualquer coisa.
Nada de especial.
Simplesmente, ligar o desfibrilhador a 200 Joules, gritar “all clear” e descarregar.


bip-bip- -bip-bip- -bip-bip

Tendo em conta que acabou de sair de um coma de ano e meio, não me parece muito mal.

Vamos ver se recupera...


Nota adicional:

Já quase me tinha esquecido de como o meu processo de escrita é demorado.
Escrevo, reescrevo, leio, releio, corto, coso, mudo, troco e pesquiso (os 200 joules não foram inventados por mim).

O que não quer dizer que saia grande coisa...