Rescaldo do dia seguinte

A temperatura a que os corpos dos espectadores estavam sujeitos já não tornava a situação muito agradável mas pensar que se vai assistir a um jogo de futebol da Super Liga portuguesa e acabar por ver algo muito mais parecido com um jogo solteiros-contra-casados tornou a experiência quase dolorosa.
Ai as saudades que eu tive do meu sofá, do meu aquecimento central, da minha chaleira eléctrica...
A meio da segunda parte comecei a torcer por que nenhuma das equipas marcasse golo.
É que o resultado 0-0 é o único que traduz com justiça o que se passou naquele jogo.
E o que se passou no jogo foi basicamente isto:
- aos 22 min, Rita puxa a gola do casaco para cima
- aos 37 min, Rita começa a bater com os pés no chão para aquecer
- aos 51 min, Rita esfrega as pernas com as mãos para aquecer
- aos 52 min, Rita desiste de tentar manter-se quente
- aos 53 min, Rita percebe que, definitivamente, os jogadores do FCP estão com o cérebro congelado
- aos 92 min, Rita e vários outros espectadores conseguem finalmente um motivo para se manifestarem efusivamente quando a bola entra na baliza do FCP. A jogada já tinha sido invalidada pelo árbitro auxiliar mas à falta de melhor...
E, no rescaldo do dia seguinte: o FC Porto continua em primeiro porque, apesar de tudo, as outras equipas não conseguem fazer melhor e eu tenho, pela primeira vez em muuuuitos anos, cieiro nas maçãs do rosto, o que me dá um certo ar campestre.